Escrita Criativa
Apresentação:
Esta unidade fomenta o processo criativo e procura estimular a experimentação de diferentes técnicas através da resposta a exercícios de escrita individuais e coletivos. Ter a escrita como um instrumento de vida, permite, pelo caminho, construir um legado em palavras, aprender mais sobre os nossos pontos de vista, desconstruir e reconstruir, ao passo que encontramos um lugar concreto para as nossas ideias.
O programa de Escrita Criativa permite, assim, que se reflita sobre as problemáticas em estudo colocando em prática as diferentes dimensões da escrita que nos conduzem à (nossa) verdade em virtude da(s) história(s) que temos para contar. Expostos a diferentes estilos e géneros, na vaga contemporânea, os passos são dados no sentido de descobrir qual a melhor forma de narrar essa história, contemplando e desafiando as normas para explorar todas as possibilidades que o processo criativo abre.
Escrita Criativa I - 6as feiras (quinzenalmente) | 15h20 - 16h10 | Prof. José Mira

Objectivos:
Explorar técnicas específicas de escrita para fomentar o processo criativo
Descobrir estratégias para desbloquear a criatividade; ver, escutar e libertar
Dominar ferramentas de escrita para desenvolver as ideias de forma criativa e impactante
Observar diferentes estilos de escrita e considerar o papel da(s) estética(s)
Deambular entre o cânon e a inovação/experimentalismo.
Compreender e experimentar as diferentes estratégias características dos vários géneros
literários e observar como estas se mesclam
Descobrir que género literário é mais recorrente na sua escrita (do lírico ao dramático sem esquecer os híbridos)
Encontrar as formas e fórmulas que mais servem a sua narrativa
Ter na escrita um meio de reflexão sobre o que nos rodeia e para o entendimento da nossa
história
Desenvolver hábitos de escrita e nutrir o entusiasmo para continuar a criar e partilhar histórias
Conteúdos Programáticos:
1º Trimestre
Como, para e por que se escreve? O encontro com a (nossa) verdade
O que torna a escrita criativa e original?
Os benefícios da espontaneidade na escrita; as primeiras pedras do castelo
O poder de destravar a imaginação e apaziguar o pré-julgamento
A influência dos movimentos artísticos no redimensionar da tradição em diversos
géneros literários
2º Trimestre
Poderemos com a escrita, nas suas múltiplas formas, desconstruir o mundo?
É a escrita canónica intocável ou suscetível de ser desconstruída para inspirar novas
perspectivas?
Como exercer a nossa justiça poética
Exemplos de autores simbolistas e experimentais
O silêncio e a abertura de possibilidades na escrita
A tensão entre o que se diz e o que fica por dizer (no vazio criado para deixar existir)
O contributo das palavras ‘abstratas’ vs. ‘concretas’ para o texto e outros aspectos
relevantes, tom, ritmo, cadência, repetição, plasticidade das frases
3º Trimestre
Como a poesia entra na escrita em prosa. Quais são as fronteiras?
Explorar várias possibilidades ficcionais: poema, conto, prosa breve, memoir, para
diferentes públicos
A inovação a partir da transformação do consagrado
Apurar o sentido de observação e ir ao encontro da nossa história por via de narrativas
Até onde podemos ir com a escrita? Reflexão
Na sua maioria, estes tópicos serão abordados através da execução de exercícios
específicos para que as respostas aos desafios sejam, nesta aula, descobertas por meio
da escrita.
Actividades em Aula:
Exercícios de escrita
Leitura de alguns excertos (poemas / prosa breve / romances) que são exemplo de ou
servem para a experimentação
Debate de ideias para refletir sobre o resultado do processo criativo
Desenvolver algumas das versões dos textos produzidos na aula por meio dos
exercícios propostos
Prof. José Mira
José Augusto Costa Mira Silva, nascido em Beja em 1993 e residente em Lisboa desde os 8 anos, iniciou os estudos em Direito na Faculdade de Direito de Lisboa, mas decidiu seguir a sua verdadeira vocação e formou-se em Cinema na Universidade Lusófona. Durante a formação, realizou vários trabalhos práticos e o seu projeto final, a curta-metragem “Meu Castelo, Minha Casa”, foi um dos quatro escolhidos para produção, tendo sido finalizado com grande dedicação após o período académico. O filme foi exibido em mais de 20 festivais nacionais e internacionais, recebendo três prémios de destaque. A sua obra centra-se na reflexão ética e comportamental do ser humano, e o seu novo projeto, inspirado em experiências no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, explora a desconexão de um jovem internado e os preconceitos associados à doença mental, utilizando o surrealismo para discutir questões profundamente reais.